Oceanodroma castro
Outros nomes: paínho da Madeira, roque-de-Castro, alma-de-mestre
Identificação
O angelito apresenta um comprimento/envergadura semelhante ao paínho de Monteiro. No entanto, o seu bico é mais forte e ligeiramente mais comprido, sendo o seu peso mais elevado, entre 39 e 70 g. A cor da plumagem é idêntica à do paínho de Monteiro (acastanhada-escura com uma faixa branca no uropígio), contudo a sua cauda é menos bifurcada, podendo por vezes parecer quadrada. O bico e as pernas são pretos. A maneira de voar é semelhante nas duas espécies, ou seja: alternam batimentos das asas e fases de deslizamento perto da superfície do Mar.
Abundância e calendário
A estimativa da população açoriana é de 700 casais reprodutores. Os ilhéus da Praia e de Baixo (Graciosa), e da Vila (Santa Maria) são os principais locais de reprodução, cada um deles albergando cerca de 200 casais. O angelito nidifica durante o Outono e o Inverno. Os adultos chegam às colónias a partir dos meados de Agosto. As posturas decorrem entre o início de Outubro e o início de Dezembro. As crias nascem entre meados de Novembro e a primeira metade de Janeiro, e partem para o mar entre a segunda metade de Janeiro e Abril. No ilhéu da Praia, a espécie ocupa os mesmos ninhos que o paínho de Monteiro, incluindo os ninhos artificiais, e até pode acontecer observar-se uma cria de paínho-de-Monteiro já bem crescida a partilhar o ninho com um casal de paínhos da Madeira no início de Setembro!
Onde observar
É provável que a espécie possa ser observada no mar durante o Outono e o Inverno, contudo, o mau estado do mar durante esta época não permite ter uma estabilidade de observação muito boa. Além disso, são frequentes as confusões com o paínho-de-cauda-forcada (embora os tons escuros da plumagem e a maneira de voar desta última espécie sejam diferentes) e o paínho-casquilho, o qual tem um porte inferior, possui manchas amarelas nas membranas interdigitais e voa mais como uma andorinha.
Aves dos Açores 