Fajã da Serreta

Situada na extremidade Oeste da ilha Terceira, esta pequena fajã passa muitas vezes despercebida, quer por quem visita a ilha, quer pelos autóctones. Não fossem os lavradores que ocupam algumas pastagens, este seria um cantinho perdido e completamente desconhecido. Os vestígios de uma fajã de vinhas e quintas, hoje na sua maioria abandonadas, testemunham uma vivência antiga, hoje perdida. A fajã termina no limite da ilha, separando-a do mar uma costa alta, escarpada e de cores fortes, certamente uma das mais bonitas da Terceira.

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Para além das pastagens e quintas abandonadas abunda uma densa floresta de exóticas, destancando-se nesta o metrosídero, que aqui se assume como a principal invasora.

Sob a influência dos humores marítimos resistem ainda algumas manchas de laurissilva costeira, com faias (Morella faya), paus-brancos (Picconia azorica) e vassouras (Erica azorica).

Mas falando de aves, que é para isso que aqui estamos, a Fajã da Serreta é um local excepcional para a prática do birdwatching de espécies residentes. O clima ameno e a abundância de alimento tornam este local um sitío de eleição da passarada. A existência de uma antiga fonte, com água permanente, cria o local ideal para a fotografia de passeriformes. Não existe passarinho nas redondezas que não vá aí beber água ou tomar o seu “banho de beleza”.

Este local é ideal para caminharmos tranquilamente, pararmos, observarmos e fotografarmos as aves residentes. Podemos ainda deixar-nos ficar até ao anoitecer, e  escutar um céu carregado de cagarros, espécie que escolhe estas falésias costeiras para nidificar. E, quem sabe, há sempre a possibilidade de uma raridade. Continuo a ter fé que um dia, numa das minhas deambulações, me cruze por ali com um passeriforme americano.

Especialidades: bom local, sobretudo para observar espécies residentes, onde se destacam: cagarro, melro, lavandeira, vinagreira, toutinegra dos Açores, estorninho dos Açores, canário-da-terra, tentilhão dos Açores, pardal-comum, gaivota-de-patas-amarelas, pombo-das-rochas, pombo-torcaz dos Açores.

Outras espécies: milhafre, codorniz dos Açores, perdiz-vermelha, pintassilgo, verdilhão, bico-de-lacre.

Raridades: coruja-do-nabal, mariquita-de-coroa-ruiva.

Visita: O acesso a partir de Angra do Heroísmo, no sentido da Serreta, é fácil (cerca de 20 km). Segue sempre pela estrada regional até ao fim da freguesia da Serreta. No fim das casas, vire no caminho à esquerda, de acesso ao farol e à ponta da Serreta. Desça cerca de 600m e vai encontrar à direita um caminho de terra batida; vire e siga por este, durante cerca de 800m, e estará na Fajã da Serreta. De notar que o caminho por este lado nem sempre está nas melhores condições. Pode querer deixar o carro estacionado e seguir a pé. É um bom passeio e pode começar logo as suas obervações. Uma segunda opção é entrar pela outra extremidade da fajã. Neste caso, siga sempre passando a mata da Serreta até chegar ao miradouro do Raminho à sua esquerda. Vire aqui e à esquerda encontrará o caminho de terra batida que desce até à fajã.

Concelho: Angra do Heroísmo

Distrito: Açores

Aqui perto: Serra de Santa Bárbara, Biscoitos

Uma resposta a Fajã da Serreta

  1. A 2014-02-01, sábado, fui com marido e filho visitar a Fajã da Serreta. Descemos a canada do Biscoito da Fajã até ao cruzamento e seguimos a pé, em renovado piso de bagacina vermelha, até ao Miradouro do Raminho. Retormámos, a pé, o caminho da Mata da Serreta até ao ponto de partida. Recomendo a visita aos amantes do fascínio natural encantado de imagens únicas de onde pudemos tecer histórias de sonho. Boa viagem com amor ao ambiente

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