Limosa lapponica
Embora possa ser encarada como uma “raridade” (deixou de estar sujeito a homologação pelo Comité Português de Raridades recentemente), trata-se de uma espécie fácil de detectar, que se faz notar pelo seu tamanho e conspicuidade, sendo muitas vezes confundida com o mais abundante maçarico-de-bico-direito.
Identificação
Limícola de tamanho médio, tem como características mais salientes o seu enorme bico escuro com base cor-de-rosa, fino e ligeiramente encurvado para cima, e as suas pernas longas e cinzentas. O aspecto geral é semelhante ao do maçarico-de-bico-direito, diferenciando-se deste pelo padrão da plumagem, mais “escamada”, a cauda listrada, o nuropígio branco, terminando em ponta no dorso, e as asas lisas sem barra alar preta. Em voo, são visíveis outras diferenças, como a cauda barrada e a ausência de painéis brancos nas asas. Na plumagem de Verão, o bico preto com base ligeiramente pálida, e dorso escuro. Nessa época, o macho e a fêmea apresentam diferenças nas tonalidades, sendo o primeiro vermelho-ruivo nas faces, pescoço, peito e abdómen, enquanto a fêmea é mais clara.
Esta espécie, juntamente com o maçarico-de-bico-direito, é um bom exemplo das adaptações das aves ao tipo de alimento que procuram. Neste caso, estamos na presença de uma ave com bico curvado para cima e longo que utiliza para capturar invertebrados no lodo.
Abundância e calendário
Migrador de passagem/Invernante. Embora se trate de uma limícola de ocorrência regular na região, aparece geralmente isolada ou em número reduzido, sendo poucos os casos, conhecidos, de indivíduos que passaram todo Inverno nos Açores.
Onde observar
Pela histórico de observações registadas, a zona da Achada das Furnas, praias da Ribeira Grande e a ETAR de Ponta Delgada (São Miguel), o Aeroporto de Santa Maria, o Cabo da Praia e zona da Lagoa do Junco/Canada do Quinhão Grande (Terceira) são alguns dos melhores locais para observar esta espécie.
Aves dos Açores 