Pintassilgo

Carduelis carduelis

Algumas pessoas conhecem-no desde crianças, dado ser uma espécie habitualmente mantida em cativeiro pela sua inegável beleza e pelo seu bonito chilrear. Contudo, não há melhor forma de apreciar esta ave do que em plena liberdade, num bando reunido em campo aberto à procura de sementes na erva alta ou a voar alegremente, emitindo o seu chamamento borbulhante.

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Identificação

Esta espécie é relativamente pequena e elegante, de tamanho e fisionomia semelhantes a um canário-da-terra, mas com a cauda mais chanfrada. O seu bico é esbranquiçado e tem um formato peculiar, mais afilado do que é costume nos restantes fringilídeos presentes nos Açores (tentilhão dos Açores, priolo, canário-da-terra, verdilhão e pardal).

As penas de voo são, de um modo geral, pretas e com pintas brancas na extremidade. Contudo, quando em voo, saltam à vista as bonitas barras alares, de um amarelo bastante vivo e que fazem lembrar uma ave exótica. Para tal também contribuem as penas vermelhas da face e garganta, as quais fazem fronteira com um colar branco que se estende até à nuca.

A restante plumagem é em tons de castanho, escuro no dorso e claro no peito. O abdómen é branco e as patas são castanhas-claras.

O dimorfismo sexual é pouco acentuado, limitando-se a uma pequena diferença na extensão da mancha vermelha da face. Desta forma, nas fêmeas a fronteira é a linha do olho, ao passo que nos machos a mancha se estende desde o bico até alguns milímetros para trás dos olhos.

Já os juvenis apresentam uma plumagem menos conspícua, sendo de um modo geral mais acastanhada e sem qualquer pena vermelha na face. Quanto às penas de voo, são semelhantes às dos adultos, característica que nos revela que estamos mesmo a observar pintassilgos, no caso de estranharmos a sua plumagem e podermos ficar com dúvidas.

O pintassilgo possui um canto desenvolvido – um chilreado forte e rápido, com várias notas – mas, de um modo geral, fácil de distinguir dada a pouca variedade de passeriformes nos Açores. Apenas algumas notas do canto do canário-da-terra, quando ouvido de forma incompleta podem assemelhar-se ao desta espécie.

Canto

Chamamento agressivo

Em voo

Abundância e calendário

Espécie introduzida no arquipélago. Residente. Não é uma das espécies mais abundantes dos Açores, estando claramente abaixo dos números populacionais do tentilhão dos Açores e do canário-da-terra. No entanto não é difícil observá-lo, dada a tendência para se agregar em bandos. A melhor altura para avistar esta espécie é durante o Verão, mais precisamente nos meses de Julho e Agosto.

Onde observar

Em todas as ilhas dos Açores, principalmente a baixa altitude, sendo em geral pouco comum acima dos 300 m.

Apesar de tímido partilha habitats próximos ao ser humano, sendo comum em jardins e parques urbanos ou hortas e terrenos agrícolas com sebes e canaviais. É igualmente abundante em pastagens e restantes campos abertos situados a baixa altitude, com pouco pastoreio, de forma a que as diversas espécies de herbáceas tenham tempo de desenvolver sementes. Gosta particularmente de dentes-de-leão, girassóis e cardos, completando a sua dieta com insectos presentes nas hortaliças.

Corvo – Devido à reduzida dimensão desta ilha e à densidade de aves existentes, o Caldeirão e suas encostas, é um dos locais onde é mais fácil observar esta espécie.

Flores –Ponta Delgada, Santa Cruz, Fajã Grande.

FaialPorto Pim, Feteira, Castelo Branco, Pedro Miguel.

São Jorge – Ponta dos Rosais, aeroporto, Urzelina, Topo.

Pico Costa Oeste da Madalena, aeroporto, campos agrícolas da área de São Roque, Lajes, Piedade.

Graciosa – Serra Branca, Santa cruz.

Terceira Paul da Praia da Vitória, Paul do Belo Jardim, Cabo da Praia, Fajã da Serreta, Aeroporto das Lajes.

São Miguel – Alguns jardins de Ponta Delgada (ex: Museu Carlos Machado e António Borges), Sete Cidades, Lagoa das Furnas, Mosteiros, campo de Santana, pastagens na zona da Ribeira Grande, Nordeste.

Santa MariaAeroporto, Anjos, arredores de Vila do Porto, Santo Espírito.

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