Narceja de Wilson

Gallinago delicata

Outros nomes: narceja-americana

A narceja de Wilson é uma espécie comum na América do Norte, sendo a sua ocorrência rara na Europa continental e, embora ainda listada como raridade pelo Comité Português de Raridades, trata-se de uma invernante regular no arquipélago dos Açores.

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Identificação: com um aspecto que faz lembrar uma galinhola, é porém cerca de três vezes menor que esta. Na parte superior, o tom geral da plumagem é escuro e ricamente estriado, numa variada gama de castanhos, sendo a garganta e o abdómen claros, e a parte inferior das asas, barrada, escura. O seu voo, irregular e ziguezagueante é, geralmente, denunciado por um «tchuak» seco e tenso a fazer lembrar uma bota da borracha a sair da lama.

Morfológicamente muito semelhante à narceja-comum, não é pela sua dimensão, comprimento do bico e patas que as poderemos diferenciar. Distingue-se desta, com boas condições de luz, pelo tom geral da plumagem do dorso ser mais escuro e menos arruivado; pela barra das secundárias mais estreita e quase “invisível” em voo; e pela parte interior das asas bastante mais escura. Ainda, as aves americanas possuem, em média, 16 rectrizes contra 14 nas europeias, embora este detalhe só seja visível com as aves na mão ou através de boas fotografias de machos em voo exibicional durante a época de reprodução.

Abundância e calendário: Invernante. A observação de um macho em exibição, em Junho de 2010 na Lagoa do Negro, sugere a sua possível nidificação, embora essa possibilidade seja remota e, a acontecer, muito ocasional. As primeiras aves, em migração, podem ser observadas a partir de Agosto, sendo mais abundante entre os meses de Outubro e Março. A análise de aves caçadas em São Miguel (e, embora em menor número, na Terceira, Graciosa e Pico), nas épocas de 2007-2008, onde cerca de 50% dos indivíduos analizados eram narcejas de Wilson, assim como o aumento de observações desde então, revelam que a espécie é um invernante regular no arquipélago açoriano.

Onde observar: embora não seja uma ave de fácil abordagem e observação, durante o Outono/Inverno poderá observar-se em qualquer ilha, no mesmo género de habitats da narceja-comum: pastagens semi-naturais, margens de lagoas/charcas e áreas envolventes, pastagens alagadas, ocorrendo com frequência em zonas húmidas de baixa altitude, como a pedreira do Cabo da Praia, a Fajã dos Cúbres ou o Aeroporto de Santa Maria. Pela regularidade da sua ocorrência merecem destaque locais como a Achada das Furnas, Planalto dos Graminhais, Lagoa das Canas (São Miguel); lagoas do Ginjal, Junco e do Negro (Terceira); Caldeirão (Corvo); Lagoa Seca (Flores).

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