Corvo

A ilha do Corvo situada no Grupo Ocidental, com uma área de 17,42Km² e com cerca de 400 habitantes, é a mais pequena do arquipélago açoriano. No entanto, esta pequena ilha, Reserva da Biosfera, é actualmente o maior sonho de qualquer birdwatcher europeu – o Santo Graal dos observadores de aves.

Aqui podemos observar algumas espécies residentes, mas também desfrutar de excelentes observações de algumas aves vindas da América do Norte, podendo algumas delas – facto recorrente, ano após ano – ser primeiras observações em território açoriano/europeu.

Os meses de Outubro e Novembro são a melhor altura do ano para um encontro com estas maravilhas, sobretudo para a observação de passeriformes.

O relevo da ilha facilita muito as observações pois, por ter uma área muito reduzida, é muito fácil de percorrer e de visitar diferentes tipos de habitat.

No Caldeirão, umas das mais belas e emblemáticas zonas húmidas dos Açores, podemos observar algumas espécies de patos como a marrequinha; o pato-escuro; o pato-real, a garça-real ou  a narceja-comum, ave residente que nidifica principalmente nas encostas do Caldeirão em zonas de turfeira e paisagem associada.

O Caldeirão é a mais conhecida paisagem corvina, sendo ainda um dos melhores spots da ilha para a observação de aves, assim como um importante local para a nidificação da narceja-comum

Na Ribeira do Cantinho e no Fojo, apresentando o aspecto de um vale e tendo algumas matas, podemos observar quase todas as espécies de passeriformes residentes, sendo estas zonas sobretudo muito apreciadas pelas pequenas aves visitantes.

Nesta zona destacam-se ainda duas espécies residentes: a galinhola e o pombo-torcaz dos Açores, observadas com alguma frequência nestes locais, sendo que entre Fevereiro e Junho podemos observar/escutar  as galinholas nos seus voos de exibição e patrulha de território ao final da tarde.

No entanto o maior tesouro do Corvo são as aves marinhas, como o cagarro, sendo esta ilha a que tem o maior número de aves por metro de costa. Esta espécie pode ser observada, facilmente, ao final da tarde, em grandes jangadas junto à linha da costa, e os seus característicos cantos alegram a vila durante a noite, dando a sensação de estarmos em plena colónia. Em noites muito escuras ouvem-se frequentemente os estapagados a sobrevoar a vila.

Ponta do Marco, é um excelente ponto de observação/escuta nocturna de aves marinhas

Especialidades: cagarro, estapagado, garça-real, marrequinha, piadeira, pato-real, pato-escuro-americano, narceja-comum, chasco-cinzento, escrevedeira-das-neves.

Outras espécies: galinhola, rola-do-mar, pilrito-de-peito-preto, maçarico-galego, galeirão-comum, gaivota-de-patas-amarelas, garajau, garajau-rosado, codorniz dos Açores, pombo-das-rochas, pombo-torcaz dos Açores, melro, canário-da-terra, lavandeira, estorninho dos Açores, pintassilgo, pardal-comumtentilhão dos Açores, toutinegra dos Açores.

Raridades:  garça-branca-grande-americana, tarambola-dourada-americana, marreca-d’asa-azul, arrabio, piadeira-americana, negrinha, zarro-de-colar, falcão-peregrino, esmerilhão, franga-d’água-grande, borrelho-semipalmado, borrelho-de-coleira-dupla, pilrito-de-colete, pilrito de bonaparte, perna-amarela-pequena, narceja de Wilson, gaivota-prateada-americana, noitibó-americano, rabo-espinhoso, pica-pau-de-barriga-amarela, petinha-fulva, tordo-eremita, mariquita-de-garganta-amarela, juruviara-norte-americano, riscadinha, mariquita-americana, mariquita-dos-mangais, mariquita-verde-de-garganta-preta, mariquita-coroada, mariquita-de-coroa-ruiva, sanhaço-d’asa-preta, escrevedeira da Lapónia, bico-grosso-tricolor, entre muitas outras possibilidades.

Melhor época: todo o ano, dependendo do interesse do observador: se procura raridades neárticas (Setembro a Março), aves terrestres nidificantes (Março a Junho), ou aves marinhas (Março a Setembro).

Ilha: Corvo

Concelhos: Vila Nova do Corvo

Deixe um comentário