Lagoa do Fogo

Quem já teve oportunidade de visitar este local num dia de sol com certeza que o recorda como uma das paisagens mais bonitas que já avistou. Confinada ao topo do Vulcão do Fogo esta lagoa resistiu até hoje ao processo de eutrofização que degradou as principais lagoas açorianas, continuando as suas águas a reflectir um invejável azul que contrasta com os tons da vegetação circundante.

Devido ao seu isolamento e ao clima instável, não é com grande assiduidade que os observadores de aves aí se deslocam em busca de raridades, o que contribui para que não haja ainda muitos registos interessantes para este local. Contudo é um sítio com bastante potencial e não deixa de ser um óptimo ponto de encontro para observar/fotografar passeriformes residentes ou diversas espécies de flora nativa, como azevinho Ilex azorica, louro Laurus azorica, urze Erica azorica, feto-do-cabelinho Culcita macrocarpa, feto-do-botão Woodwardia radicans, feto-real Osmunda regalis ou, com alguma sorte, o raro trovisco-macho Euphorbia stygiana.

Especialidades: gaivota-de-patas-amarelas, ferfolha, lavandeira, tentilhão dos Açores, melro, toutinegra dos Açores, canário-da-terra, vinagreira.

Outras espécies: narceja-comum, perna-verde, guincho-comum, garça-real, gaivotão-real, garajau.

Raridades: mergulhão-de-pescoço-preto, colhereiro, gaivota-de-bico-riscado, narceja de Wilson.

Visita: Pode-se chegar de carro ao topo da caldeira pelo sul, vindo de Lagoa ou pelo norte, desde a Ribeira Grande. O início do trilho encontra-se no primeiro miradouro com vista sobre a lagoa, para quem vem pelo lado Norte, ou no terceiro, para quem vem de Sul e está assinalado por uma placa dos Serviços de Ambiente. Pode estacionar aí o carro e, após apreciar a paisagem, iniciar a primeira fase da caminhada, descendo durante cerca de 15 minutos.

Chegando ao fim da descida, o percurso continua ao longo da margem, contornando a lagoa pela esquerda. Enquanto caminhamos devemos procurar aves tanto no meio da lagoa como na margem, correndo o risco de ser surpreendidos por alguma raridade.

Na vegetação nativa facilmente avistamos tentilhões e ferfolhas, que se denunciam pelo seu piar à nossa passagem. Ao chegar ao fim da primeira praia, altura em que o caminho flete à esquerda, podemos seguir um pouco mais pelo interior para procurar aves numa zona alagadiça, ao fim da qual voltamos a caminhar perto da margem.

Dificilmente se consegue contornar toda a lagoa, pelo que o regresso deve ser feito pelo mesmo caminho. Este é um passeio bastante agradável e sugere-se uma paragem a meio do percurso para fazer um piquenique e relaxar junto da água.

Melhor época: espécies residentes, Abril a Outubro; espécies migradoras/ invernantes, Setembro a Abril

Distritos: Açores

Concelhos: Ribeira Grande e Vila Franca do Campo

Onde fica: Grupo Oriental – São Miguel.

Aqui perto: Praia do Monte Verde, Porto de Vila Franca do Campo, Caloura, Lagoa de São Brás.

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